31 de março de 2025

A Nova Era

Por O Redator Espírita
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A Nova Era: A Conclusão da Obra Divina

Desde os primórdios da humanidade, Deus tem se manifestado progressivamente aos homens, utilizando-se de diferentes instrumentos para revelar sua vontade e sua lei. No Capítulo I de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, encontramos a mensagem intitulada “A Nova Era”, ditada por um “Espírito israelita” em 1861. Esse texto não apenas contextualiza a evolução das revelações divinas, mas também aponta o Espiritismo como a etapa final desse processo de iluminação espiritual.

O objetivo deste artigo é explorar os aspectos centrais desta mensagem, elucidando o papel de Moisés, de Jesus e do Espiritismo na progressão moral da humanidade.

A Primeira Revelação: Moisés e a Lei Divina

A primeira revelação divina se deu por intermédio de Moisés, o legislador hebreu, que recebeu a missão de tornar Deus conhecido não apenas pelo povo judeu, mas também pelos povos pagãos. O povo hebreu, nesse contexto, foi escolhido como instrumento da revelação divina, a fim de despertar a consciência humana para a existência de um Deus único e soberano.

Os Dez Mandamentos, entregues por Deus a Moisés, contêm o gérmen da moral cristã, mas sua interpretação foi limitada pela condição moral dos povos da época. Os hebreus, como grande parte das civilizações antigas, estavam ainda muito ligados a práticas materiais e rituais externos, necessitando de uma religião que falasse às suas percepções sensoriais.

Assim, a religião mosaica apresentava-se como uma etapa necessária na evolução espiritual da humanidade. Seus mandamentos serviram de base moral e disciplinar para um povo que ainda se encontrava em estágio primário de desenvolvimento espiritual.

A Segunda Revelação: Jesus e a Moral Evangélica

Se Moisés trouxe a lei como um conjunto de normas para disciplinar o comportamento humano, Jesus veio revelar a dimensão espiritual e universal dessa lei. O Cristo apresentou ao mundo uma moral mais elevada, baseada na caridade, no amor e no perdão, fundamentos que revolucionariam a forma como os homens se relacionavam entre si e com Deus.

Jesus não veio destruir a lei mosaica, mas dar-lhe cumprimento. Seu ensinamento transcendeu os preceitos externos e ritualísticos da antiga religião, convidando os homens à transformação interior. Ele mostrou que a verdadeira adoração a Deus se faz por meio do amor ao próximo e da vivência do bem.

Contudo, o mundo ainda não estava preparado para compreender plenamente sua mensagem. As instituições religiosas, presas a dogmas e estruturas de poder, acabaram distorcendo muitos de seus ensinamentos, impedindo que a moral evangélica fosse aplicada em toda a sua profundidade.

A Terceira Revelação: O Espiritismo como Alavanca do Progresso

O Espiritismo surge como a terceira revelação, a etapa conclusiva desse longo processo de educação espiritual da humanidade. Seu papel é esclarecer os ensinos de Jesus, libertando-os das interpretações errôneas e das amarras dogmáticas que se criaram ao longo dos séculos.

Mais do que uma doutrina filosófica ou religiosa, o Espiritismo é um movimento de renovação moral. Ele esclarece a imortalidade da alma, a justiça divina através da reencarnação e a comunicação com os Espíritos, mostrando que a vida terrena é apenas uma etapa do caminho evolutivo do ser.

Com base na lei do progresso, a doutrina espírita afirma que o mundo está em transição. O tempo dos abusos, das desigualdades e da ignorância moral está chegando ao fim. A Nova Era anunciada na mensagem do “Espírito israelita” representa essa mudança definitiva para um mundo de regeneração, onde a fraternidade será a base das relações humanas.

Os Sinais da Nova Era

Estamos vivendo os tempos de transição. As convulsões sociais, os avanços tecnológicos e o crescimento do interesse pelos temas espirituais são indícios dessa mudança. O “Espírito israelita” nos alerta que as novas ideias necessitam de lutas e discussões para atingirem sua maturidade.

Assim como as ideias de liberdade enfrentaram resistências antes de se consolidarem, o Espiritismo também passa por um período de aceitação gradual. Os antigos paradigmas se desfazem, abrindo espaço para uma nova compreensão da vida e da espiritualidade.

Processo Evolutivo

A Nova Era anunciada não é um evento imediato, mas um processo evolutivo que já está em curso. Moisés preparou o caminho, Jesus trouxe a essência da lei divina e o Espiritismo veio esclarecê-la e aplicá-la de forma racional.

A transformação moral do planeta depende de cada indivíduo. Cabe a nós, espíritas, absorver e praticar esses ensinamentos, levando a luz do conhecimento e do amor a todos que ainda se encontram na sombra da ignorância.

A Nova Era é, acima de tudo, um chamado às consciências despertas, para que se tornem instrumentos ativos na construção de um mundo mais justo e harmonioso, onde a fraternidade e a caridade sejam as verdadeiras bases da convivência humana.