Amor de Preto Velho
Amor de Preto Velho
Espírito Pai Joaquim da Pedreira
Mensagem contida no livro Transcendendo as Estrelas
Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br
Amor que vem de Aruanda. Amor que vem de Angola. Amor que vem das pedreiras, que vem das cantigas de embalar das pretas velhas, que vem da doçura das palavras de um preto velho. É um amor humilde, mas sincero. Um amor honesto e verdadeiro.
Preto velho já apanhou, já sofreu. Já trabalhou nas senzalas. Mas preto velho, mesmo em seus piores dias, nunca quis ferir ninguém. Nunca desejou mal ao capataz, ao senhor do engenho.
Nas lutas do dia a dia, o homem é o preto velho apanhando e sofrendo. Sendo injustiçado e “amarrado”, muitas vezes, pelas condições da vida. Mas o homem tem a dor no coração, a revolta, o desânimo, o sentimento de vingança. Mas se o preto velho conseguiu desejar o bem ao capataz e não quis ferir o senhor de engenho, pode o homem amar ao próximo também.
Amor de preto velho é amor de homem também. Preto velho é homem também. Já viveu na carne, já sofreu, já passou injustiça. Preto velho é homem e o homem pode amar igual ao preto velho.
Preto velho perdoa. Por que o homem condena? O amor do homem vem de Aruanda também, igual ao do preto velho.
Nas rugas de expressão do preto velho está a lição de humildade que o homem pode se espelhar, tomar como exemplo. Não porque o preto velho é melhor que ninguém. Mas porque o preto velho ama e sabe ser humilde. E o amor é o que vence qualquer vício, qualquer pecado. Se o homem amar, ele supera tudo.
Preto velho não vê cor da pele. Preto velho é preto porque chamam preto velho de preto. Preto velho é homem igual aos outros, todos filhos de Oxalá.
E Pai Oxalá não vê cor de pele de nenhum filho. Pai Oxalá vê o bem que o filho faz. O bem que faz aos seus irmãos, mas antes a ele mesmo.
Preto velho é preto, mas é filho de Oxalá. Como todos são também. E se preto velho ama, todo mundo pode amar também.
