28 de fevereiro de 2025

Escolha dos Protegidos pelo Espírito Protetor

Por O Redator Espírita
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Escolha dos Protegidos pelo Espírito Protetor

A relação entre os Espíritos protetores e os seres humanos é um dos mais belos aspectos da doutrina espírita, revelando a amplitude do amparo divino e a organização espiritual em prol do progresso da humanidade. A missão dos Espíritos protetores, comumente chamados de anjos da guarda, está profundamente vinculada à evolução moral e intelectual dos encarnados.

Este artigo buscará analisar minuciosamente a escolha dos protegidos pelos Espíritos protetores, embasando-se na pergunta 493 de “O Livro dos Espíritos”, sua resposta e complementação, bem como no esclarecedor texto do Espírito Miramez, presente na obra “Filosofia Espírita”.

A Missão dos Espíritos Protetores: Obrigatoriedade ou Escolha?

Em “O Livro dos Espíritos”, na pergunta 493, Allan Kardec questiona:

É voluntária ou obrigatória a missão do Espírito protetor?

A resposta esclarece que os Espíritos protetores têm o direito de escolher aqueles a quem irão assistir, de acordo com a simpatia e afinidade que possuam com os encarnados. Contudo, uma vez assumido o compromisso, ele se torna um dever para o guia espiritual. Para alguns Espíritos, essa tarefa é motivo de grande alegria; para outros, representa um dever a ser cumprido com responsabilidade e abnegação.

Essa resposta indica que o trabalho dos protetores espirituais não se trata de uma obrigação imposta, mas de um ato de amor e dedicação. A escolha do protegido não ocorre de forma aleatória, mas é conduzida por laços espirituais de afinidade ou por determinação superior, no caso dos Espíritos que se dispõem a auxiliar indiscriminadamente, independentemente de qualquer vínculo prévio.

O Compromisso do Protetor e a Multiplicidade de Assistência

Em seguida, Kardec aprofunda a questão:

Dedicando-se a uma pessoa, renuncia o Espírito a proteger outros indivíduos?

A resposta reforça que o Espírito protetor pode assistir várias pessoas ao mesmo tempo, embora sua atenção principal seja direcionada àquele a quem assumiu o compromisso de guiar. Isso demonstra que, no plano espiritual, a capacidade de atuação dos benfeitores não está limitada pelo tempo ou pelo espaço, permitindo-lhes oferecer suporte a diferentes encarnados conforme a necessidade e a possibilidade de atuação.

Assim, cada indivíduo conta com uma assistência espiritual personalizada, mas também se beneficia da influência de outros Espíritos benevolentes, que atuam em diversos níveis de auxílio, fortalecendo a cadeia de amparo e inspiração no caminho evolutivo da humanidade.

A Escolha dos Protegidos: Reflexões de Miramez

O Espírito Miramez, na obra “Filosofia Espírita”, traz valiosas reflexões sobre o tema. Ele confirma que o Espírito protetor possui a liberdade de escolher seu tutelado, mas destaca que, uma vez realizada essa escolha, ele tem o dever moral de assistir aquele a quem se vinculou.

Miramez também esclarece que a proteção espiritual ocorre dentro das leis divinas, que regem toda a harmonia do universo. Essa assistência não é arbitrária ou regida por caprichos pessoais, mas sim por um profundo senso de responsabilidade e compromisso com a evolução do protegido.

Outro ponto relevante trazido por Miramez é a importância do Evangelho no lar como um meio de fortalecer essa conexão espiritual. Ele enfatiza que, ao cultivarmos um ambiente de oração e sintonia com os planos superiores, facilitamos a assistência dos nossos benfeitores espirituais e contribuímos para a harmonia da nossa casa e da nossa família.

A Importância do Respeito e da Gratidão pelo Espírito Protetor

Considerando o papel fundamental dos guias espirituais em nossas vidas, Miramez recomenda que cultivemos respeito e gratidão por essa presença amiga e benfeitora. Os protetores podem renunciar a certos direitos para se dedicarem ao amparo de seus tutelados, acompanhando-os desde antes da encarnação, auxiliando-os na escolha das provas e desafios que enfrentarão, e seguindo junto a eles ao longo da existência terrena.

Ao nos esforçarmos para melhorar moralmente, oferecemos aos nossos guias espirituais motivos de alegria e esperança. Cada progresso que realizamos é comemorado no plano espiritual, pois representa um passo a mais na direção da nossa verdadeira liberdade espiritual.

Conclusão

A missão do Espírito protetor é uma expressão do amor divino e da organização espiritual que rege a evolução dos seres. Embora tenham a liberdade de escolha, os guias espirituais assumem um compromisso que se torna sagrado, acompanhando e inspirando seus protegidos ao longo da jornada terrestre.

A Doutrina Espírita nos ensina que não estamos sozinhos e que, além do anjo guardião pessoal, contamos com uma rede de benfeitores espirituais dispostos a nos auxiliar sempre que estivermos em sintonia com o bem. Ao compreendermos essa realidade, passamos a agir com maior responsabilidade sobre nossos pensamentos e atitudes, buscando viver de maneira mais consciente e harmoniosa.

Portanto, valorizemos essa relação sagrada com nossos protetores espirituais, cultivando a fé, a oração e o respeito por sua missão, sabendo que sua presença constante é um reflexo do amor infinito que rege toda a existência.