7 de setembro de 2025

Mais Sobre Amor e Sensibilidade

Por O Redator Espírita
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Mensagem “Mais Sobre Amor e Sensibilidade

Espírito Irmã Ana

Mensagem contida no livro Cinco Temas para Cinco Amigos

Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br

Ao recebermos este belo convite por nossos irmãos Esíades e Fabio para participar desta compilação, que, sem dúvida, abordará temas importantíssimos para o desenvolvimento, não só do espírita, como do homem de bem em geral, fui tocada de singular alegria, pois percebi a oportunidade de comunicar as belezas únicas que sentimos quando exercitamos a iniciativa de se amar ao Pai.

O tema proposto por eles, amor e sensibilidade, talvez seja o melhor tema para qual possa colaborar, não que seja uma benfeitora, ou que esteja acima de outros homens e mulheres que amam a Deus, mas por me sentir muito à vontade para discorrer o tema com suavidade e clareza, que espero conseguir.

Falar de amor implica saber o que é o amor. Então, irmãos, o que é o amor? O que é este sentimento que provoca arroubos de todos os tipos em homens de todas as épocas e pertencentes às mais variadas classes e culturas? Em palavras, é possível descrever o amor? Eu não creio. O amor é sentimento, é para ser sentido e vivido, não raciocinado, nem reduzido a palavras, mesmo que belas, não expressarão o amor em toda sua extensão.

O amor é um todo, um único ser, uma única forma, uma única sentença, uma única beleza. Entendem como podemos ficar teorizando o amor por dias, até infinitamente e a nenhuma única sentença chegaremos? Não podemos tratar o amor com a razão. Este o primeiro ponto a ser dito, o amor é emoção, é coração, é sentimento, pulsação.

Quando ímpetos transformam uma simples pessoa em alguém admirável por suas qualidades e generosidades, quando nada é capaz de conter a chama benigna que carrega todas as criaturas, as envolvendo em clima de paz e fraternidade; quando nada somos além de nós mesmos sorrindo, iluminados e felizes, sem um motivo aparente, aí está o amor. Não digo que isto seja o amor, digo que aí está o amor. O sentimento que derruba preconceitos, fronteiras, muros e muralhas, barreiras e move montanhas. O amor está em nós, em cada um de nós. O amor está no céu, no mar, na beleza do sol e da lua, o amor está nos olhos do observador, daquele que observa com o espírito desprovido de qualquer preconcepção.

Olhe em volta. Onde está agora? Certamente, não importa onde estiver, não importa, você encontrará beleza em algo. Em um objeto, em uma ação, em uma palavra. Até em uma lembrança ou pensamento. Porque o dínamo do amor é o homem. Ele é quem impulsiona e faz brotar o amor. O homem, com toda sua extensão de possibilidades, é capaz de sentir amor por qualquer objeto, qualquer animal, qualquer vegetal, mineral ou ser humano. O homem é capaz.

E por sermos capazes, temos a responsabilidade perante Deus, que nos proporcionou tal capacidade, e perante nós mesmo e nossos irmãos, de ativarmos nossa capacidade de amar. De amar o que seja. Uma ação, um gesto, o voo de um pássaro, até alguém que nos fez mal. Porque como disse nosso mestre Jesus, amai aos vossos inimigos. Amar o voo de um pássaro até que não é difícil. E por quê? Porque é belo. Sim. Porque é puro. Sim. E mais por quê? Vou lhes dizer: Porque o pássaro não lhe fez mal nenhum, não lhe causou dano. Por isso é fácil amá-lo. Mas caso lhe fizesse algum mal, seria tão fácil assim amá-lo? Veja que o amor está em nós. Em nossas possibilidades de perdão, de renúncia, de compreensão, de paciência, de zelo, de entrega, de abnegação. Enfim, está em nós.

Mas, então, amar é fácil? Lembre-se de que estamos teorizando. Não é o ideal, já sabemos. Portanto, precisamos nos permitir vivenciar o amor. E como fazemos isso? Precisamos deixar que a brisa suave de Deus encoste em nós, em nossos espíritos. Precisamos deixar que o amor do Pai desacelere nossos batimentos cardíacos, fazendo com que sejamos um com Ele. Ou que tenhamos, ao menos, essa impressão.

Quando se pratica a caridade, mesmo que seja um simples sorriso, um olhar compreensivo, uma palavra sincera de apoio, estamos nos permitindo. Estamos permitindo que o amor chegue, devagar, lento, mas intenso. Que o amor chegue forte, porém discreto.

Quando damos a alguém o que comer, saciando sua fome, quando vestimos alguém sob o relento, acabando com seu frio, quando oferecemos uma simples bonequinha a uma menininha sem recursos e tiramos do rostinho maltratado aquela expressão fechada e vemos nascer um lindo sorriso, como se ela estivesse recebendo o mundo inteiro em suas mãos, estamos nos permitindo. Permitindo-nos experimentar o amor, a brisa suave de Deus, a inefável sensação de paz e união com o Alto.

Quando somos bons com nosso próximo, somos bons com Deus, somos bons com nós mesmos. Somos um com o Pai. Porque como disse Jesus, amai a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. Na verdade, irmãos, não existe mistério. Basta apenas lembrarmo-nos das palavras atemporais de Jesus. De seus gestos, de sua trajetória entre os homens.

A sensibilidade está em se permitir viver o amor, o sentindo pulsar dentro da alma como se fosse explodir em atos de bondade e abnegação. A sensibilidade está em se comover diante das misérias da vida. As misérias humanas, as piores. Falo do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da cupidez, do desrespeito com a natureza, do desrespeito com o legado espiritual que Jesus nos deixou. A sensibilidade está em se comover diante da indiferença sentida pelas crianças sem lar, pelos idosos abandonados, pelos recém-nascidos abandonados à própria sorte.  Onde está a sensibilidade dos homens, então? Se diariamente nos deparamos com este cenário descrito inúmeras e inúmeras vezes e nada muda, e a cada dia que se passa, tudo fica mais normal e as misérias se misturam com a paisagem e se entrelaçam com os corações endurecidos. Onde está a sensibilidade das pessoas? A nossa sensibilidade, onde está? Perdeu-se no curso dos séculos? Perdeu-se nos discursos da razão? Perdeu-se nos sistemas de poder que culminam em violência e corrupção? Perdeu-se na corrida insana por recursos financeiros? Onde está a nossa sensibilidade? Pois que através dela e do amor deixaremos nosso real legado e levaremos conosco o que mais importa. O quanto bem fizemos, a quantas lágrimas secamos, a quantos sorrisos fizemos brotar, a quantos corações levamos consolação e apoio, a quantos famintos alimentamos, a quantos corpos aquecemos.

Atualmente, o planeta Terra vive em quase completa indiferença para com o amor, a sensibilidade, os direitos divinos do homem e os desígnios do Pai. Mas ainda é tempo. Sejamos felizes, sejamos sinceros, sejamos sensíveis aos nossos irmãos, aos seus problemas, suas limitações, suas imperfeições e necessidades. Precisamos nos permitir amar. Precisamos nos permitir sentir a carícia acariciando nossos rostos e beijando suavemente nossos espíritos. Sejamos honestos conosco e permitamo-nos experimentar a Carícia Divina, aquela que desfolha nossos segredos.

Porém, para tudo isto se concretizar, é preciso iniciativa do homem, é preciso despertar para a vida, para o mundo, para o próximo. É preciso despertar para o próximo, para o mundo além de nós mesmos, de nossas fronteiras egoístas e insensíveis. É preciso descobrir que existe dor além de nós, que precisa ser banida, mas que existe alegria também, que precisa ser compartilhada, que precisa ser vivida em conjunto. Nada melhor que a caridade, nada melhor que o amor. Peçamos ao Pai, agora e sempre, por favor, que nos abençoe com tua santa sensibilidade e infinito amor; que nos permita sentir o próximo, nos permita amar ao próximo.    E, por nossa vez, permitamo-nos viver essa carícia, essa seda inenarrável e indescritível que se chama amor.

Que sejam bem-amados, meus irmãos e que amem com as infinitas possibilidades de vossos corações.