Mais Sobre Liberdade e Responsabilidade
Mensagem “Mais Sobre Liberdade e Responsabilidade“
Espírito Frei Roberto Luccia
Mensagem contida no livro Cinco Temas para Cinco Amigos
Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br
Nos tempos atuais, onde inúmeras aflições abatem o homem, onde inúmeras torpezas recaem pesadas sobre os ombros daqueles que estão encarnados na Terra, a necessidade do entendimento da liberdade se faz urgente. Porém, é de suma importância, atrelar este conhecimento com a prática e igual entendimento da responsabilidade. Para que possamos vislumbrar a conexão entre estes dois fatores, pertencentes ao ser humano, precisamos nos ater primeiramente à liberdade. O que ela será? O que será este ímpeto arrebatador que muitas vezes devasta vidas? Será mesmo culpa da liberdade? Ou do abuso que dela se faz?
Liberdade é um direito do ser humano. A liberdade pertence ao homem como o homem pertence ao Pai. Saímos das mãos do Pai libertos, mas apenas porque Ele, em sua infinita sabedoria, nos outorgou este direito. Portanto, meus amados, a liberdade é uma condição intransferível do ser humano, pois temos o arbítrio para decidir se desejamos ou não algo ou alguma coisa. E o Pai nos proporcionou tal direito. Este é o primeiro ponto. Entender que a liberdade é um direito do homem que não se pode tirar, não se pode limitar e não se pode suspender ou transferir. Por que tanta escravidão, então? Por que tanta submissão de todos os tipos? Por que a dominação de nação sobre nação? Por que os homens insistem em violar esse direito divino vindo diretamente do Pai? Entendam que se o homem quiser cometer qualquer ato que seja, Deus não irá impedi-lo. Pois se o fizesse, Ele estaria indo contra suas próprias leis, e isso acarretaria desdobramentos infinitos sobre o universo e suas causas e efeitos. Deus pode sim alertá-lo, enviando mensageiros do bem para sinalizá-lo de que outro caminho seja melhor para seguir. Mas se o homem desejar, em linhas finais, Deus não irá impedir.
Ainda hoje, porém, existem, homens que entregam suas liberdades a outros, por vontade própria. Porque assim desejam. Por submissão, medo ou insegurança. Mas se até o Pai, que foi quem garantiu a liberdade a todos nós, não a toma de volta, por que há homens que as entregam e outros que disso se aproveitam? Isso é um abuso com as condições divinas que temos. Todo homem é um deus, como Jesus nos ensinou quando disse “vós sois deuses”. Sendo assim, abrir mão de qualquer recurso divino que seja, é ir contra o planejamento que o Pai traçou para nós. Assim pode ser feito, não há dúvida, mas por que iria querer o homem abrir mão dos recursos celestes nele depositados?
Entregar sua liberdade a outro é viver por interesses alheios, é viver para cumprir objetivos mesquinhos traçados por outros, é desprezar suas próprias metas e finalidades. É viver por ninguém. É vazio e sem expectativa, sem esperança. É viver sem ter fé, sem ter amor, sem um propósito. Em síntese, é viver para não viver.
A liberdade precisa ser experimentada, sentida nas suas mais sutis vibrações. A liberdade é um presente de Deus aos homens, tão valioso, que nem Ele pode ser contra ela. Volto a perguntar: Homem, por que entrega sua liberdade a outro?
Entendam que não estou professando o desrespeito e a irresponsabilidade. Não se trata de libertinagem, e sim de liberdade. Que consiste em optar pelo certo e errado, em errar e acertar, em cair e levantar, em ir pela direita ou esquerda, até em decidir se segue pela porta larga ou estreita! Isso é possível! Pois caso escolha a porta errada, vai sofrer as consequências e terá a responsabilidade da escolha. Vejam, responsabilidade. Está colada com a liberdade, pois que somos responsáveis pelas escolhas que livremente fazemos. Assim aprendemos, por isso o Pai nos deixa desfrutar da liberdade e não nos impede. Precisamos aprender, e assim conseguimos. Escolhendo errado e aprendendo o certo.
Quando permitimos que outro escolha por nós, por mais que esse outro homem escolha a porta certa, a estreita, que mérito temos? Como iremos saber qual a porta a escolher futuramente? Pois que, mesmo que em outra encarnação, teremos novamente esta escolha pela frente e não saberemos qual decisão tomar. Simplesmente porque optamos por deixar a decisão a cargo de outro.
Liberdade é fazer o que se quer, sim, mas com responsabilidade. Pois que o homem será cobrado individualmente por seus atos. Caso cometa um crime, algum juiz poderá inocentá-lo apenas por que você dirá que outro homem mandou? O outro homem irá preso também, se for provado seu envolvimento. Mas você será declarado culpado e será punido. Sofrerá as consequências. Será responsabilizado por isso.
A responsabilidade é a professora da liberdade. Pois que, quando a liberdade é mal-empregada, a responsabilidade não tarda em ensiná-la o caminho correto a seguir da próxima vez, e a punir, proporcionalmente com o ato, para que tal ensinamento seja valoro e amplamente absorvido.
Podemos escolher entre quantos caminhos quisermos? Sim. Podemos seguir por qualquer um. Mas todos eles nos trarão consequências e responsabilidades diferentes. Todos eles nos trarão lições valiosas. É por isso que a liberdade é um direito que nem Deus viola. Pois seria injusto conosco, nos tirando uma ferramenta tão poderosa e importante de aprendizado e, por conseguinte, de evolução e crescimento.
Portanto, para aqueles que ainda entregam suas liberdades nas mãos de outros, entendam o que de valioso estão deixando de alcançar. Não venho aqui incentivar as pessoas a abandonarem seus empregos, largarem seus lares, nem cometerem atos de violência ou qualquer tipo de absurdo. Venho apenas incentivá-los a usar esta ferramenta. Pensem no que desejam, nos seus sonhos, nas situações em que se sintam felizes. E busquem. Realizem. E sabe por quê? Porque assim irão de encontro ao karma.
O karma é o conjunto de ações, pessoas e obras que o indivíduo precisa tomar parte durante determinada encarnação. É o planejamento reencarnatório, em termos espíritas. O karma é uma força poderosa que impulsiona o indivíduo a corrigir-se, mediante ações corretas tomadas pontualmente em suas vidas encarnadas. Por ser individual, apenas o próprio ser é capaz de identificar seu karma, por isso, outro homem, por mais boa vontade que tenha, é impotente para determinar os caminhos a serem seguidos.
As ações do karma nos trazem felicidade, sentimo-nos jubilosos praticando algo que corresponde ao nosso karma. Por isso, indicamos tomar o caminho que conduz à felicidade, pois que ela levará ao karma e à realização de uma vida.
Por vezes, passamos encarnações inteiras nos impondo sacrifícios porque entregamos nossa liberdade a outros. E ao final da vida, pensamos que tudo foi de bom proveito, pois que lutamos e sofremos, choramos e sorrimos. Mas ao reencontrarmos nosso planejamento reencarnatório na espiritualidade, percebemos que pouco cumprimos, que a maior parte de nossas ações foi inútil, graças ao desperdício da liberdade. Isso é responsabilidade. Pois que assumimos compromissos na espiritualidade com pessoas que encarnarão conosco, em nossa família ou não, e com os benfeitores que ficam na espiritualidade maior, estes que muitas vezes nos confiam missões às quais falhamos no cumprimento.
Estar liberto é procurar o bem e promover a paz, pois que a pura liberdade é sempre acompanhada de responsabilidade.
Responsabilidade esta que alguns homens ignoram quando se apropriam das liberdades de outros voluntariamente. Homens que, se não entendem as consequências espirituais da posse da liberdade alheia, sabem exatamente suas consequências materiais. E mesmo assim continuam praticando. E não apenas homens, são nações subjugando nações há séculos, povos escravizando povos há séculos. São escravidões culturais, intelectuais, físicas, financeiras, sociais e tantas outras modalidades cruéis.
Quando um homem se apossa da liberdade de outro, está tomando a responsabilidade para si. Isto ele desconhece. Está tomando as consequências da encarnação jogada fora. Está assumindo a culpa parcial pela falha. Pois que aquele que a entrega voluntariamente também é culpado, e ainda mais. Porém, aqueles que têm suas liberdades arrancadas à força, estes, na verdade, estão cumprindo muito bem seus karmas. O homem que toma a liberdade de outro está assinando um contrato de parceria, está sendo sócio, fiador da encarnação alheia. Se esta for falha, também ele será punido, pois que será, em parte, responsabilizado. A liberdade e a responsabilidade constituem fatores valiosos e importantes para todos os seres em todos os níveis da evolução moral, intelectual e espiritual. Sendo assim, recomendo a todos que sejam felizes, que assumam suas liberdades, mas com inteira responsabilidade de seus atos. Viver por si, porque as contas virão para serem pagas. E por mais que alguém a assuma parcialmente, a maior fatia será apenas nossa.
