Missão do Espírito Protetor
A Missão do Espírito Protetor: Um Guia para a Jornada Espiritual
A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, oferece uma visão ampla e detalhada sobre a relação entre os encarnados e os Espíritos que os assistem. Dentre essas entidades espirituais, destaca-se a figura do Espírito Protetor, cuja missão está claramente definida na pergunta 491 de “O Livro dos Espíritos”:
Qual a missão do Espírito protetor?
“A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.”
Essa resposta nos remete ao papel fundamental desses mentores espirituais que, por determinação divina, nos acompanham ao longo de nossa existência terrena, buscando sempre nosso progresso e fortalecimento moral.
O Papel Paternal do Espírito Protetor
O Espírito Miramez, em sua obra “Filosofia Espírita”, aprofunda essa ideia ao afirmar que a missão do protetor é como a de um pai. Isso significa que seu amor e dedicação são incondicionais, mas, ao mesmo tempo, não impositivos. Seu objetivo é amparar, instruir e incentivar o protegido para que este trilhe caminhos de retidão e aprendizado.
O mentor espiritual investe no crescimento de seu tutelado, incentivando-o a compreender seus deveres perante as leis divinas e a sociedade. Seu coração se alegra ao perceber que seu protegido caminha pela estrada do bem, da mesma forma que um pai terrestre se emociona ao ver seu filho seguir uma jornada honrada.
O Respeito ao Livre-Arbítrio
Ainda que sua missão seja nos guiar e inspirar, o Espírito Protetor respeita nosso livre-arbítrio. Ele bate à nossa porta com suas sugestões de amor, mas cabe a nós abrir ou não. Isso significa que, apesar de sua influência benéfica, sua ação está condicionada às nossas escolhas e disposição para recebê-lo.
Quando rejeitamos suas inspirações, nos fechando ao bem e nos entregando a pensamentos e ações inferiores, o protetor se distancia. Contudo, ele nunca nos abandona. Permanece vigilante, esperando o momento em que possamos novamente nos abrir à sua presença.
Essa reflexão nos leva a uma compreensão essencial: a responsabilidade por nossa evolução é pessoal e intransferível. Podemos contar com o amparo espiritual, mas a decisão de seguir pelo caminho do bem cabe unicamente a cada um de nós.
A Importância da Sintonia e da Prece
Miramez nos exorta a refletir diariamente sobre a presença do Espírito Protetor em nossas vidas. Essa sintonia pode ser fortalecida através da oração e da meditação.
Quando nos conectamos mentalmente com esses amigos espirituais, permitimos que suas inspirações se tornem mais perceptíveis em nosso cotidiano. Pequenos lampejos de intuição, sentimentos de paz em meio às adversidades e uma inexplicável força para prosseguir são indícios de que nossos mentores estão agindo em nossa vida.
Portanto, ao enfrentar desafios e tribulações, ao invés de nos desesperarmos, devemos buscar essa sintonia com aqueles que, por designação divina, estão ao nosso lado, prontos a nos fortalecer.
Um Chamado à Confiança e à Evolução
A missão do Espírito Protetor é, antes de tudo, um testemunho do amor divino. Deus, em Sua infinita bondade, jamais nos deixa desamparados. Por meio desses amigos espirituais, recebemos auxílio constante em nossa caminhada evolutiva.
Devemos, porém, compreender que essa proteção não é sinônimo de isenção das provas e dificuldades da vida. Ao contrário, o mentor espiritual nos encoraja a enfrentá-las com coragem e resignação, cientes de que cada experiência dolorosa é uma oportunidade de crescimento.
Dessa forma, ao meditarmos sobre a presença desses benfeitores invisíveis, que possamos desenvolver uma relação de confiança e gratidão. Que possamos nos tornar receptivos às suas inspirações e, sobretudo, que possamos corresponder a esse amparo através de esforço contínuo na busca pelo aperfeiçoamento moral.
“Um Espírito Protetor nunca esquece o seu protegido, mas se aproxima mais dos que se esforçam para melhorar moralmente.” (Miramez)