O Espírita diante ao Carnaval
O Espírita diante ao Carnaval: Reflexões e Postura e Valores
O carnaval, celebrado com entusiasmo em diversas partes do mundo, é um período que suscita reflexões profundas para o espírita sincero. Sendo uma das festas mais populares e expressivas da cultura brasileira, o Carnaval é marcado pela alegria, pela descontração e, muitas vezes, pelos excessos e permissividades. No entanto, para o espírita consciente de sua jornada evolutiva, essa celebração suscita reflexões importantes acerca da conduta moral e espiritual.
Como deve ser a postura do espírita diante dessa festividade? Participar ou se afastar? Aproveitar com moderação ou evitar completamente? São questões que merecem um olhar atento e pautado na doutrina codificada por Allan Kardec, pois este período apresenta desafios morais e espirituais que não podem ser ignorados pelos adeptos da Doutrina Espírita.
A Origem do Carnaval e seus Significados
Historicamente, o Carnaval tem suas raízes em rituais pagãos da antiguidade, como as bacanais romanas e as celebrações dionisíacas da Grécia Antiga, que exaltavam o prazer, a abundância e a inversão momentânea das normas sociais, a fertilidade, o excesso e o caos antes da chegada de períodos de maior disciplina espiritual e restrição alimentar. Com o advento do cristianismo, essas festividades foram incorporadas ao calendário religioso ocidental, antecedendo o período da Quaresma, um tempo de penitência e reflexão.
A palavra “Carnaval” deriva do latim carne vale, que significa “adeus à carne”, em alusão à abstinência de prazeres materiais que deveria ocorrer na Quaresma, evidenciando sua conotação de entrega aos prazeres materiais.
Contudo, ao longo dos séculos, a festividade foi se distanciando desse propósito inicial, tornando-se um período de intensas manifestações populares, onde o entretenimento e a busca pelo prazer predominam.
O espiritismo, por sua essência, propõe o desenvolvimento do ser através da renúncia aos excessos e do cultivo da moralidade. Diante desse contexto, cabe ao espírita refletir: é condizente com a elevação espiritual se imiscuir em festividades que celebram justamente o oposto dos valores crísticos?
A Visão Espírita sobre o Carnaval
A Doutrina Espírita não impõe regras ou proibições rígidas quanto à participação em festividades, mas oferece princípios éticos e morais que ajudam na tomada de decisões conscientes. O espírita é convidado a refletir sobre os valores que deseja cultivar e os ambientes que frequenta, tendo em vista sua responsabilidade espiritual e sua sintonia vibratória.
Os Perigos do Carnaval para o Espírito
O carnaval contemporâneo, promovido pela grande mídia e explorado comercialmente, tornou-se um espetáculo de permissividade e banalização de valores morais. Sob a justificativa de “liberdade”, muitos mergulham em comportamentos irresponsáveis, esquecendo-se das consequências espirituais que suas ações podem acarretar. Dentre os principais perigos estão:
Excessos e Desregramentos: O clima de euforia e permissividade frequentemente leva ao abuso de álcool, drogas e comportamentos descontrolados, prejudicando não apenas o corpo físico, mas também o equilíbrio espiritual. O espírita consciente sabe que tudo que embota a lucidez e escraviza o ser aos instintos inferiores compromete sua evolução espiritual.
Influência de Espíritos Inferiores: Ambientes onde predominam os vícios e as paixões inferiores tornam-se propícios à aproximação de espíritos perturbadores, favorecendo processos obsessivos e influências espirituais negativas.
Exaltação da Materialidade: O culto ao corpo e à sensualidade muitas vezes se sobrepõe aos valores morais e espirituais, incentivando a superficialidade e o afastamento de ideais elevados.
Consequências Morais e Espirituais: Muitos espíritos relatam em comunicações mediúnicas os danos espirituais que adquiriram em festas desregradas, demonstrando que toda ação traz consequências que se refletem além da vida material.
Exacerbação da sensualidade e da luxúria: A exploração do corpo e da erotização nos desfiles das escolas de samba e nos blocos de rua conduz à desvalorização do espírito encarnado. A doutrina espírita nos ensina que a sexualidade deve ser vivida com responsabilidade e respeito, não como instrumento de degradação moral.
O Espírita e o Carnaval no Brasil
Blocos de Rua do Rio de Janeiro: Um Mergulho na Ilusão
Os blocos de rua, vendidos como manifestações de “alegria popular”, tornaram-se espaços de descontrole, violência e liberalidade excessiva. Milhões de pessoas, em um transe coletivo de ilusão, entregam-se à euforia desenfreada, muitas vezes sem refletir sobre o impacto espiritual disso.
Desfiles das Escolas de Samba de São Paulo e Rio de Janeiro: A Superficialidade da Opulência
Os desfiles das escolas de samba são vendidos como expressão artística e cultural, mas escondem um universo de exploração, vaidade e mercantilização do corpo. O espírita, consciente da necessidade de depuração interior, não pode se deixar seduzir por espetáculos que exaltam o efêmero em detrimento do eterno.
Trios Elétricos da Bahia: A Anestesia dos Sentidos
O carnaval baiano, impulsionado pelo ritmo contagiante dos trios elétricos, hipnotiza multidões com músicas que, muitas vezes, promovem mensagens contrárias à elevação espiritual. O embalo da música e o frenesi coletivo criam um estado de alienação, distanciando o ser de sua essência espiritual.
Carnaval de Recife e Olinda: Tradição e Excesso
O carnaval nordestino, embora revestido de aspectos culturais ricos, não está isento dos mesmos perigos dos demais. O espírita não pode se deixar enganar pelo verniz histórico e precisa avaliar se a atmosfera da festividade está alinhada aos princípios de elevação moral.
A Grande Mídia e a Apologia ao Carnaval
A grande mídia tem papel crucial na exaltação do carnaval como evento “inevitável” e “inquestionável”. Utilizando-se de narrativas envolventes, apresenta a festa como expressão autêntica da felicidade e da cultura, ocultando seus impactos negativos na vida moral e espiritual das pessoas. O espírita precisa discernir entre a ilusão midiática e a realidade espiritual.
A Postura do Espírita Diante do Carnaval
Diante de tudo isso, qual deve ser a postura do espírita? A Doutrina Espírita não impõe proibições, mas convida à reflexão. Não se trata de “demonizar” a festa, mas de questionar: é compatível com a elevação do espírito se engajar em ambientes que promovem a animalização do ser?
A verdadeira alegria não está no excesso, mas na harmonia interior. O espírita que compreende sua responsabilidade espiritual deve buscar alternativas que favoreçam a paz e o crescimento do ser, evitando se envolver com manifestações que deterioram sua moralidade e comprometem seu progresso.
Que cada espírita reflita sobre sua participação no carnaval e lembre-se das palavras do Cristo: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”. A verdadeira evolução se dá pela renúncia ao supérfluo e pela busca incessante pela luz.
Alternativas Construtivas para o Espírita no Carnaval
Diante desse cenário, como o espírita pode vivenciar esse período de maneira mais equilibrada e construtiva? Algumas alternativas incluem:
Aproveitar o feriado para a reflexão e o estudo: Muitos centros espíritas promovem encontros doutrinários, seminários e retiros espirituais durante o Carnaval, proporcionando um ambiente de aprendizado e elevação.
Participar de atividades assistenciais: O período pode ser uma oportunidade para o trabalho voluntário, levando auxílio e conforto a quem necessita.
Buscar entretenimentos saudáveis: Passeios em meio à natureza, encontros familiares e atividades culturais que promovam o bem-estar podem ser boas opções para quem deseja se divertir de maneira equilibrada.
Conclusão: O Carnaval e a Consciência Espírita
A postura do espírita diante do Carnaval deve ser pautada na reflexão e no bom senso. Não se trata de condenar a festa ou seus participantes, mas de avaliar se as escolhas feitas durante esse período contribuem para o progresso espiritual ou se promovem um afastamento dos valores que orientam a evolução do ser.
Cada um é responsável pelas vibrações que cultiva e pelos ambientes que escolhe frequentar. Assim, a verdadeira alegria para o espírita não está na busca de prazeres fugazes, mas na paz de consciência e na sintonia com os princípios do Evangelho de Jesus.
Que o período carnavalesco seja, para todos, um momento de reflexão e escolhas conscientes, alinhadas com a busca pelo aprimoramento moral e espiritual.
Conteúdo bem alusivo sobre esse período de festas carnais como dizem muitos onde confundem a liberdade com a libertinagem sendo pra nós espíritas um período pesado .
Gratidão por compartilhar seu conhecimento conosco!
Não nego que já participei de festas carnavalesca, foram poucas porque minhas condições eram ínfimas mais hoje com meu amado tecimento cheguei a conclusão que é uma festa que apenas traz uma euforia momentânea e tão logo passa o está-se o vazio toma conta e toda alegria desaparece e vemos que em vez de alegria e paz interior o que resta é um vazio e um descontentamento que não sabemos explicar, hoje me sinto mais feliz em não participar e procurar me ocupar com o que realmente me faz me sentir feliz
Gratidão por compartilhar seu conhecimento e experiência conosco!