14 de setembro de 2025

Perguntas Sobre Liberdade e Responsabilidade

Por O Redator Espírita
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Perguntas Sobre Liberdade e Responsabilidade

Respostas do espírito de Frei Roberto Luccia

Mensagem contida no livro Cinco Temas para Cinco Amigos

Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br

1- Num mundo ainda imperfeito, como o nosso, não raro há casos em que os estatutos humanos são conflitantes com as Leis de Deus. Neste contexto, o que o irmão poderia orientar àqueles que, desejando usar o livre-arbítrio com responsabilidade (e já despertos para as verdades espirituais), almejam seguir a recomendação do Cristo, no sentido de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”?  

É certo dizer que os estatutos humanos estão longe das Leis Divinas, pois que são feitos pelos homens, dentro de seus parâmetros, concepções e interesses. Também é certo dizer, na verdade lembrar, pois que já foi dito, que o homem é responsável por sua liberdade e que nem Deus o impede de exercê-la. Portanto, caso o homem deseje, em benefício do próximo, por uma causa justa e que leve consolo aos necessitados, quebrar uma ou algumas regras de algum estatuto humano, obviamente ele poderá fazer e será responsável por isso. Certamente os homens o punirão severamente, proporcionalmente à entidade em questão e ao ato em si, mas quanto maior for a punição e com maior resignação aguentar o homem, mais valoroso será aos olhos de Deus, pois que, por um ato caridoso, passa ele por dificuldades. Impondo-se sofrimentos voluntários e resistindo com resignação à punição humana, por ter quebrado um estatuto dos homens em benefício do amor ao próximo e da caridade, estará este homem dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Lembrando apenas que não dizemos que as violações de estatutos são bem-vindas ou que seja uma prática aceitável. Os estatutos humanos auxiliam no desenvolvimento dos homens, de alguma maneira, seja pela disciplina e organização, seja pela resignação. Dizemos apenas que se violar uma regra humana será responsável por isso e será chamado às contas, mas se for motivo por algo justo e resistir com bravura à punição, será válido o sacrifício para sua própria evolução. É diferente de se quebrar estatutos em benefício próprio ou não querer aceitar a punição imposta, pois que não haveria abnegação, resignação e caridade.

2- Como identificar os limites de nossa liberdade, sem invadir a liberdade do próximo?

Pelo simples uso do bom senso. Quando nossa liberdade está afetando de alguma forma, por alguma atitude nossa a privacidade, moralidade, integridade ou capacidade de nossos irmãos, já passamos dos limites, já somos invasores da liberdade alheia. Estamos retirando a liberdade. Isso é simples de ser verificado. Como disse, apenas pela aplicação do bom senso é possível verificar os limites de atuação de nossas liberdades em relação à liberdade de nossos irmãos.

3- Suponha-se que um homem, no uso do seu livre-arbítrio, deixe de realizar a maior parte das etapas de seu projeto reencarnatório, não por ter optado pelo mal, mas pela simples preferência, ante as injunções da vida, por outras áreas de atuação, nelas sempre realizando o bem ao próximo e a si mesmo.  Qual seria, do ponto de vista espiritual, a avaliação do resultado dessa existência ante os postulados da liberdade e da responsabilidade?

Como sabem, o livre arbítrio é inalterável, pois que determina a liberdade do espírito e, por conseguinte, chancela suas decisões. Sendo assim, o homem poderá realizar tudo o que deseja durante uma encarnação, mesmo que não faça parte de seu planejamento reencarnatório. Mas como foi dito no capítulo, o karma é encontrado através da felicidade, pois que as ações que compõem o karma nos deixam felizes. Dito isto, caso o homem da pergunta em questão tenha se dedicado a outras ações fora de seu karma, não poderia sentir-se feliz, ou estaria gozando de uma falsa felicidade, ele próprio se enganando. Isto já seria uma violação da responsabilidade que tem, pois que assumiu compromissos na espiritualidade. Contudo, caso as ações que tome sejam voltadas para o bem, para a obtenção da paz, em benefício do próximo, sempre praticando a caridade e levando consolo aos necessitados, estará praticando algo bom, valioso aos olhos de Deus. Isto será levado em consideração. Mas será atenuante. Obviamente, um homem com todas essas qualidades não sofrerá punições quando voltar à pátria espiritual, se fez tudo de bom grado e com coração aberto. Isto seria um sacrifício do próprio planejamento em benefício do próximo, muito nobre. Porém, havia a responsabilidade a ser cumprida, que não foi. Havia outros irmãos que necessitavam de sua atenção, apoio e não foram atendidos. Não será ele punido, mas será cobrado por ter ido em direção oposta ao acordado. E em nova encarnação, terá ele que se esforçar em cumprir o que outrora não fez, mesmo que em benefício de outros, por caridade.

4- A ignorância seria excludente da responsabilidade do espírito perante a própria consciência ou seria uma simples circunstância atenuante?

Simples atenuante, pois que o homem é sempre responsável por seus atos. Caso seja ignorante de seus deveres perante o Pai, na falha, aprenderá, mesmo assim terá alguma punição, ainda que menos severa caso já possuísse o conhecimento.

5- Existe a responsabilidade definida por nós mesmos e a responsabilidade esperada pela espiritualidade? Como equalizar as duas, levando-se em conta que a responsabilidade desejada é a definida pela espiritualidade, e identificar que se obteve sucesso?

Na verdade, o planejamento reencarnatório é definido com o espírito. Portanto, ele tem a responsabilidade por isso. Então, o planejamento reencarnatório não é responsabilidade única dos irmãos da espiritualidade, é também do homem e este a tem ainda maior, visto que se trata de efeitos de ações cometidas por ele. Esclarecido isto, esta pergunta torna-se de teor parecido com a de número três, já respondida. Com exceção da parte final que inclui a identificação do sucesso no cumprimento do planejamento reencarnatório. Como dissemos anteriormente, cumprir as ações que estão contidas no planejamento reencarnatório nos deixa felizes, nos enche de júbilo. Essa a principal forma de identificar: a felicidade. Pessoas extremamente infelizes estão distantes de cumprir seus compromissos com a espiritualidade.