Reencarnação
Reencarnação
Espírito Lucarino
Mensagem contida no livro Cinco Temas para Cinco Amigos
Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br
Nunca é demais falar em muitos os chamados e poucos escolhidos. Esta parábola, do festim das bodas, representa além do que deixa transparecer. Na verdade, revela muito mais do que uma interpretação inicial possa nos dizer.
Ter puro o coração, vestindo a túnica nupcial, é sem dúvida um grandioso ensinamento. Uma vez que aqueles que estavam sentados à mesa eram bons e maus, não houve, portanto, um critério bem traçado. É preciso, pois, mesmo sem ter o mérito do convite, ou seja, ações morais prévias em sua vida, naquele momento do banquete celestial, ao menos, minimamente naquele momento, vestir a túnica, ou seja, ter puro o coração.
Sem o traje adequado, o sentimento adequado, haverá punição. Mas não punição que Deus infligirá, mas uma autopunição. Uma vez que, diante de uma grande oportunidade, o homem se pune com a perda dela por não ter os atributos morais certos e precisará percorrer novos caminhos, novos desafios a vencer terá, para ser merecedor de uma nova chance dada por Deus, nosso Pai e Senhor. Ora, se Deus lhe concederá novas oportunidades de melhorar e uma nova chance de mostrar a melhora, como pode puni-lo? Ele mesmo, o homem, é quem se pune. Deus não é o mau da história. Nunca o foi, não pode o ser, é todo bondade, calma, paciência, complacência, aguarda em êxtase o retorno de seus filhos para o banquete celestial que celebrará a vitória sobre a roda das encarnações.
Entenda: Primeiro foram chamados alguns, que se recusaram a ir. Eles recusaram porque não entendiam do que se tratava, não entendiam por que não conheciam Deus e Sua Beleza. Não estavam prontos. O que é isto senão a representatividade das primeiras etapas da alma nos ciclos reencarnatórios? No início, pouco sabemos ou nada sabemos sobre Deus e as coisas celestiais, não temos base para entender. Pouca ou nenhuma consciência temos. E então, por que Deus nos chama? Deus sempre nos chama. Ele nos quer de volta, mas prontos, preparados. Neste momento, não havia o preparo correto, adequado, mas Deus nos chamava para inflar em nossos corações a chama da bondade e do amor, a fim de iniciar um processo que desemboca no retorno ao seio do Pai.
Mais tarde, Deus renova o convite, mas com outros servos. O que significa “outros servos”? A variedade de vias que Deus utiliza para deixar o homem acessível a ele. Entendamos “outros servos” como várias religiões, seitas, dogmas, que através da crença, levem ao Pai através do entendimento das Maravilhas Divinas.
Mas estes outros servos foram ultrajados e mortos. Demonstra a ignorância perante as coisas de Deus, os caminhos por Ele utilizados. E a força da fé cega. Se “outros servos” significam “outras religiões”, “outros caminhos de acesso a Deus”, temos o fanatismo religioso em prática quando uma nova religião surge, não é aceita, por ser nova, e isto incita a violência. Despreparo. Mas Deus continua chamando. Estes, que “mataram” os novos caminhos, a diversidade, a livre escolha para chegar a Deus, ainda tiveram alguma atitude. Possuíam a ideia de Deus, fanaticamente, mas a possuíam. Os outros, que foram ao seu negócio, sua casa de campo, representam aqueles que, ou não se importam com Deus, ou nunca pararam seriamente para pensar se existe ou não, ou definitivamente não acreditam em sua existência. Coisa tão ruim quanto ser fanático é a descrença. Ambos levam a incontáveis reinícios na matéria.
Quando o rei manda exterminar os assassinos e queimar a cidade fala sobre isso. “Queimar a cidade” significa destruir o corpo físico que habitavam, por ocasião da morte carnal. Exterminar os assassinos significa algo próximo a isso, mas além da perda do corpo físico, resta o espírito imortal, que possui a Centelha Divina, a chance do conhecimento para acessar e entender as Coisas Divinas. Este espírito vai reencarnar. Os assassinos são as ideias antigas de ódio, descaso ou despreparo, estes precisam ser exterminados, para que o novo homem, em um novo renascimento possa ter novas oportunidades de crescimento e evolução.
Bem, Deus resolve chamar a todos, os bons e os maus. O que isso significa? Que todos, qualquer um pode fazer o que quiser e conseguir ir ao banquete? Não. Significa que todos podem, sim, ir ao banquete, não importando sua condição atual. Mesmo sendo maus, terão suas chances, terão apoio para conseguir. Significa que Deus não escolhe quem Ele quer para regressar ao seu meio. Ele quer que todos tenham essa possibilidade. Mas para isso, para ver todos sentados à mesa, é necessária uma única condição: ter puro o coração, vestir a túnica nupcial. Sem ela, ainda não está o homem preparado, em condições de celebrar sua volta ao Pai. Portanto, será lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes, ou seja, novas encarnações, o Teatro Divino, para mais dramáticas encenações de aprendizado.
Portanto, muitos os chamados, ou seja, Deus quer a todos de volta, mas poucos já possuem a condição de com Ele estar. Não sendo punição ser lançado às trevas exteriores, mas necessário. O mal, na verdade, é um bem, pois as encarnações são o único meio de buscar e colocar em prática ensinamentos adquiridos. Deus faz um bem, muito embora pareça uma atitude cruel. Quem, portanto, é o culpado, o homem ou Deus? Quem deu todas as chances e as continua dando e quem as despreza, falha, é improdutivo e mal-intencionado?
Deus, nosso Pai e Senhor, é todo bondade. Nós somos Ele, mas nos reconhecemos e identificamos com o corpo, com a parte mais baixa de nossa consciência. No dia em que começarmos a nos identificar com a Consciência Cósmica, o Poder Supremo, a Magnitude que habita em nós, através da Consciência Crística, de Jesus, com atos de caridade, morais e de entendimento de si mesmo, começaremos a costurar, nós mesmos, nossas próprias túnicas nupciais.