21 de março de 2025

Será Fraqueza do Espírito Protetor?

Por O Redator Espírita
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Será por Fraqueza do Espírito Protetor que seu Tutelado Seja Alvo de Espíritos Inferiores?

A relação entre o Espírito protetor e seu tutelado é um dos aspectos fundamentais da doutrina espírita. Muitos se perguntam se o guia espiritual poderia impedir que seu protegido caísse em armadilhas da obsessão e se a influência de Espíritos inferiores ocorre por fraqueza desse benfeitor. A questão 498 de O Livro dos Espíritos esclarece esse ponto, enfatizando a importância do livre-arbítrio e da experiência como meio de aprendizado.

A Questão 498 de O Livro dos Espíritos

Allan Kardec pergunta: “Será por não poder lutar contra Espíritos maléficos que um Espírito protetor deixa que seu protegido se transvie na vida?” A resposta fornecida pelos Espíritos superiores afirma não se tratar de incapacidade, mas de respeito ao processo evolutivo do tutelado. O Espírito protetor sempre inspira bons pensamentos e oferece suporte moral, mas cabe ao protegido escolher seguir ou não tais orientações. A fraqueza humana, o orgulho e a falta de vigilância são os verdadeiros motivos que favorecem a influência dos Espíritos inferiores.

A Influência dos Espíritos Inferiores e o Livre-Arbítrio

Os Espíritos inferiores encontram abertura para influenciar um encarnado quando este ressoa com suas vibrações, seja por hábitos negativos, tendências morais fragilizadas ou falta de disciplina mental e espiritual. Dessa forma, a atuação dos Espíritos protetores não consiste em afastar automaticamente tais influências, mas sim em orientar e esperar que o próprio protegido fortaleça sua vontade e escolha caminhos mais elevados.

O Comentário do Espírito Miramez

Na obra Filosofia Espírita, Miramez aprofunda essa questão ao destacar que a luz nunca teme as trevas; ao contrário, são as trevas que se dissipam diante da luz. O Espírito protetor não tem medo ou receio da ação dos Espíritos inferiores, mas respeita as leis divinas e permite que seu tutelado vivencie experiências que lhe servirão de aprendizado.

Ele enfatiza que o tutor espiritual jamais impõe sua vontade ou interfere de forma violenta na consciência do protegido. Seu papel é o de ensinar, aconselhar e esperar o momento adequado para auxiliar de forma eficaz. Quando o tutelado se liga a vibrações inferiores por afinidade, ele próprio atrai para si as influências correspondentes, e o guia espiritual aguarda a oportunidade para intervir, sem, no entanto, violar o livre-arbítrio.

A Necessidade da Vontade de Melhorar

Outro ponto essencial abordado por Miramez é que, mesmo que os Espíritos protetores expulsassem os obsessores, se o protegido mantivesse as inclinações, rapidamente atrairia novas influências negativas. Portanto, a transformação interior é a chave para a verdadeira proteção espiritual. O esforço em cultivar pensamentos elevados, praticar a caridade e desenvolver a vigilância mental fortalece o Espírito encarnado, tornando-o menos vulnerável às investidas do mal.

A Paciência dos Guias Espirituais

Os Espíritos superiores compreendem que cada ser humano tem seu tempo de aprendizado. Assim como um professor paciente aguarda que o aluno assimile o conhecimento, o anjo guardião espera que seu protegido desperte para valores mais elevados. O fato de permitir que certas experiências ocorram não significa omissão ou fraqueza, mas sim respeito à jornada evolutiva de cada um.

Não Ocorre Por Fraqueza

A influência dos Espíritos inferiores sobre os encarnados não ocorre por fraqueza dos Espíritos protetores, mas sim pelo próprio processo evolutivo do tutelado. O livre-arbítrio é um princípio fundamental da vida espiritual, e cabe a cada indivíduo fortalecer-se moralmente para se libertar das influências negativas. Os guias espirituais estão sempre presentes, prontos para auxiliar, mas a decisão de seguir pelo caminho do bem é de exclusiva responsabilidade do encarnado.

A luz do Cristo nos convida à transformação moral, e é por meio da reforma íntima que garantimos a verdadeira proteção contra as sombras da ignorância. Que possamos, portanto, escolher a luz, sabendo que nunca estamos sós nessa caminhada de aprendizado e evolução.