26 de janeiro de 2025

Solidão no Calvário

Por O Redator Espírita
Avatar de O Redator Espírita

Solidão no Calvário

Espírito Lucarino

Mensagem contida no livro Transcendendo as Estrelas

Disponível gratuitamente no site mediumfabiobento.com.br

Jesus arrebanhou seguidores, teve discípulos, teve apóstolos, teve simpatizantes. Jesus ensinou àqueles que com ele estiveram e àqueles que estiveram com quem esteve com ele. E continua ensinando, continua com seu ministério de educação espiritual, através, principalmente, dos exemplos, todavia com as palavras e parábolas. Jesus angariou multidão de seguidores até os dias de hoje, mesmo com dúzias de interpretações para sua passagem pela Terra e, especialmente, de suas palavras. Mesmo havendo tanta dissonância entre os cristãos, a única concordância é ele próprio. Sem máscaras, sem interpretações, sem filtros. A essência de toda religião cristã é o Cristo, Jesus.

Contudo, no momento mais crítico, no testemunho crucial de sua passagem pela Terra, Jesus estava só. Pregado na madeira, com o corpo já dilacerado pela violência anterior, Jesus estava sozinho. Olhou ao céu e perguntou: Pai, por que me abandonastes?

Nem mesmo aqueles que estavam ao pé da cruz poderiam realmente “estar” com ele naquele momento. Era o momento do homem, do ser. Era crítico. Era um momento crucial, que mesmo o Senhor Jesus passou. O momento da dor. E a dor é solitária. E assim precisa ser.

A dor purifica, a dor pode elevar. A dor é o indício que algo pode estar sendo destruído, mas para algo novo e aprimorado nascer. A dor emocional é o momento em que o ser percebe que atingiu limites e não mais aguenta carregar seu fardo. Mas se persevera, através da dor, amplia suas condições e amplifica suas fronteiras de atuação. Pode, portanto, ser melhor. Pode evoluir. E isto precisa ser feito sozinho. Alguns podem até te ajudar a carregar sua cruz por alguns momentos, mas ninguém será nela pregado além de você. O momento da dor é solitário.

Este é um dos maiores ensinamentos do mestre. Pouco observado, bem verdade. Isto porque as pessoas ou procuram apenas se ater aos fatos crus ou se envolvem em teias imaginativas por trás dos acontecimentos, o que conduz a tantas interpretações cristãs. É relevante que não se limite aos fatos e se constate os pormenores da situação, mas sem histerismos criativos, apenas aplicando a lógica e o bom senso, analisando com critério.

Jesus não precisava passar por nada do que passou. Jesus não precisava se depurar através da dor. Por consequência, se o fez é porque havia um motivo, um propósito. Evidente se tratar de finalidade educativa, uma das mais importantes. Para a evolução do ser, nos momentos mais cruciais, especialmente da dor, estamos sozinhos, sendo a dor evolutiva, solitária.